Costumes em Abu Dhabi - Cuidados do Turista

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Veja o que vestir e como agir em Abu Dhabi; casais não podem dar as mãos


Cidade é aberta aos costumes ocidentais, mas é preciso observar detalhes. Mulher não deve mostrar ombros e joelhos; só homens podem se beijar.

Flávia Mantovani - Do G1, em Abu Dhabi 
Casal muçulmano usa vestimentas típicas em Abu Dhabi (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Casal muçulmano usa vestimentas típicas em Abu Dhabi (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Apesar de aberta aos costumes ocidentais e acostumada à presença de estrangeiros, Abu Dhabi é uma cidade predominantemente muçulmana, onde o Islã é, mais do que uma religião, uma forma de vida, que dita o que vestir, o que comer e como se comportar.

Em geral os turistas estrangeiros não precisam fazer muitas adaptações na rotina enquanto estão lá, mas vale se informar e ficar atento a alguns detalhes para manter o respeito aos costumes locais e não vivenciar problemas. O G1 selecionou alguns deles. 

Placa de trânsito em Abu Dhabi (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Placa de trânsito em Abu Dhabi (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Mãos dadas e beijos, só entre homens

O beijo público entre casais é proibido. Já o beijo entre homens, como cumprimento, é permitido. Da mesma forma, é comum encontrar homens andando de mãos dadas como sinal de amizade e respeito entre eles, mas casais não devem fazer o mesmo.

Bebidas alcoólicas

O consumo de álcool é permitido apenas aos não muçulmanos e em lugares licenciados. Hotéis, bares, restaurantes e clubes costumam servir esse tipo de bebida, mas não as lojas comuns e os supermercados. É preciso ter ao menos 18 anos.

Carne de porco

Proibida para os muçulmanos, esse tipo de carne é servida em alguns restaurantes, mas ela é preparada separadamente dos demais pratos e marcada claramente no menu.

Fotografias

Tome cuidado ao fotografar pessoas sem permissão, especialmente mulheres. Essa atitude pode ser considerada ofensiva.
Loja de mercado vende roupa típica masculina em Abu Dhabi (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Loja de mercado vende roupa típica masculina (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Vestimentas típicas
A roupa masculina tradicional é a kandura, uma veste longa e branca, com um lenço na cabeça chamado ghutra, amarrado com uma corda preta (agal). Por baixo, os homens costumam usar uma espécie de pano enrolado na cintura, para evitar transparências.

Em público, as mulheres usam abayas, longas vestes pretas que cobrem suas roupas comuns. Algumas têm detalhes como bordados nas mangas e na barra, mas a maioria é lisa. Na cabeça, elas usam um lenço chamado sheyla e às vezes cobrem a boca com um lenço fino. Algumas mulheres, geralmente as mais velhas, usam burcas (vestes que cobrem o rosto e os olhos).

A ÍNTEGRA DA MATÉRIA EM : 


http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2013/10/veja-o-que-vestir-e-como-agir-em-abu-dhabi-casais-nao-podem-dar-maos.html

Oficina Vazia - Marina Silva

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Marina Silva - 7/09/2013
Oficina vazia
Na varanda do quintal, tenho a pequena oficina em que faço minhas joias, com sementes que os amigos trazem da floresta. Em silencioso trabalho, vou polindo também pensamentos, palavras, sentimentos e decisões. Nas vésperas de grandes momentos da política de que participo, encontro nesse trabalho inspiração e calma. Comparo-o à gravidez, quando precisamos de tranqüilidade em meio a grandes esforços.

Às vezes, não há tempo para o artesanato, apenas o breve olhar saudoso para a oficina ao sair na pressa de viagens e reuniões. Resta o consolo do caderno onde desenho, num avião ou numa sala de espera, colares que um dia fabricarei.

Em dias mais agitados, nem mesmo o caderno. O tempo é semente preciosa e rara.

Mas consegui em madrugadas de oração- ver que há, instalado na alma, um dispositivo da fé que nos dá "calma no olho do furacão" e a esperança de que tudo sairá conforme uma vontade superior à nossa.

Essa conformidade exige condições. A primeira é a consciência tranquila de ter feito tudo o que estava em nossa capacidade de acreditar criando, não só cumprindo as regras, mas dedicando alma e coração.

Numa régua nos medimos. O chefe do governo sabe se faz tudo pelo direito republicano dos cidadãos ou só propaganda para manter o poder. O líder da oposição sabe se defende o bem do país ou torce por erros do governo para tirar votos. O empresário sabe se produz responsabilidade socioambiental ou só transforma prejuízo público em lucro privado. O magistrado sabe se busca
justiça ou formalidades que condenam inocentes e absolvem culpados.

Por isso, a ética é base da sustentabilidade, espaço público e íntimo em que cada um encontra sua verdade e a segue ou a trai, ocultando-a sob uma consciência opaca.

Agora, revendo anotações para um artigo, acho desenhos e poemas em velhas páginas. Ergo os olhos para a oficina vazia. Nada lamento. Versos feitos noutro tempo de difícil transição política voltam hoje, quando espero justiça de mãos dadas com milhares de idealistas que superam boicotes e empecilhos para dar ao Brasil chance de uma nova escolha. Possa a poesia,
que o tempo há de polir, encher o espaço entre esperança e realidade:

Sei não ser a firme voz que clama no deserto/
Mas estou perto para expandir seu eco/
Sei não ter coragem de morrer pelos amigos,/
Mas guardo-os em recôndito abrigo/
Sei não ter a doce força de amar inimigos,/
Mas não me vingo ou imponho castigo/
Sei não ser sempre aceito o fruto de minha ação/
Mas o exponho ao crivo d'outra razão.
 Voz, coragem, força, aceitação/
Tem fonte no mesmo espírito/
Origem no mesmo verbo/
Lugar onde me inspiro/
E a semelhança preservo/
Na comunhão com meu próximo/
No Logos que em mim carrego.


 

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